filmetub: Amo amo amo.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Amo amo amo.

Posso ser repetitiva dizendo que adoro o carinho de todos vocês, das mais variadas formas? Só queria deixar claro isso.

Povo vim rapidinho aqui no almoço pra dar uma organizada no meu email. Meu pai acabou de sentar aqui pra ler o texto “Oi filho” e disse que devo mandá-lo pras pessoas que relutam em ter filhos. A cada dia enxergo o texto com outros olhos. Adorei o que a Alice Linck disse no recado dela sobre o texto. Que ela tinha visto a coisa de uma outra perspectiva. Conversei muito com o Marco sobre isso, que eu não sabia da parte dele, mas que hoje eu já estava enxergando os meus pais com outros olhos. Sempre me alertaram sobre essa conseqüência de se tornar mãe. Que eu só saberia o que é ser filha, tornando-me mãe. Nossa, se já mudou pelo simples fato de eu estar grávida, imagino com o decorrer dos anos. Outra coisa engraçada é ver minha mãe começando a me tratar de igual para igual. Sempre nos demos muito bem, mas por algum motivo temos dificuldade às vezes em conversar sobre a nossa relação, acho que por nós sermos tão parecidas. Falar disso me deixa até emocionada, porque só eu sei o tamanho do meu amor pela minha mãe. No primeiro semestre, ainda quando eu estava morando em São Paulo tivemos um “desentendimentozinho” de mãe e filha quando morar longe e passam a se conhecer melhor e lembro que foi muito mais fácil nos falarmos por email, quando podíamos dizer tudo o que sentíamos sem interromper uma a outra. Um dia falo mais sobre esse assunto, não sobre suas particularidades porque isso só cabe a mim e à minha mamis linda, eu digo sobre a relação mãe e filho(a). Deixo só uma parte do email que quis me dizer muuuuita coisa:

“(...) O que me escreves não me assusta. pois também me conheço. Sei das minhas limitações, das fraquezas e da força. Qdo dizes que te sufoco é que nossas igualdades disputam.

(...)

Te ligo mais tarde para conversarmos.

O que importa é o tamanho do meu amor por ti, que pode se expressar errando, mas com certeza foi na tentativa de acertar.

Bjos Mãe.”

Viram de quem eu puxei o dom da escrita né?

Gente, por agora era isso mesmo. Tenho que correr pro hotel porque tenho uma reunião às 14h e médico às 17h, ou seja, não vou conseguir terminar meus afazeres! À noite Yôga.

Logo mais escrevo bonito denovo, pra despertar sorrisos e sentimentos bons em todos vocês.

Pra quem me pediu, estou colocando aqui a cópia do discurso que escrevi para minha formatura em Direito esse ano e do qual fui oradora. Só pra deixar dito que fui oradora junto com outro Senhor que encaixou o seu discurso, que era mais formal, entre alguns parágrafos do meu. Mas tudo que escrevi foi dito naquele dia.


beijos duplos no coração de vocês.

“A grande preocupação é que esse discurso não pareça clichê. No mundo das constantes inovações, torna-se tão irrelevante se fazer da mesmice e não utilizar a irrigada capacidade criativa que TODOS possuímos. Claro que não devemos deixar de transmitir a essência desses textos copiados, que simplesmente é dizer que tudo valeu à pena.

Minto se disser que não pensei muito no que escrever, mas olhando pra trás não ficou difícil espelhar no papel as lembranças que surgiam em meus olhos quando parei para relembrar esses cinco anos.

Cinco anos.

Alguns de nós escolheram o Direito, outros foram escolhidos por ele. Mas hoje isso pouco importa já que tínhamos um objetivo em comum, que era chegarmos até aqui.

Lembram dos primeiros dias como calouros na faculdade? Começava ali um sonho por realizar e uma expectativa de darmos nossas vidas num sentido maior.

Tantas coisas mudaram no dia a dia. Em um segundo o futuro virou passado. Costumam comentar que esse tempo passou voando, e realmente pode ter passado, mas não dá pra dizer que somos os mesmos. Hoje eu sou mais eu e você é mais você , mas aprendi um pouco mais de mim com você e você aprendeu um pouco mais de você comigo.

Somos muitos o tempo todo. A cada novo dia, somos outros. Desprezemos, mas não menosprezemos os momentos ruins, aqueles não tão fabulosos desses cinco anos. Os cansaços, as indignações, as dúvidas, os medos, as ansiedades, as raivas...

Cantemos as alegrias, os dias ensolarados, as noites enluaradas, as conquistas, as vitórias, as persistências e a vontade de chorar ao poder gritar: eu consegui!

Hoje a alegria e a emoção daquele começo se repetem, merecidamente, dia após dia com perseverança, coragem, desprendimento e sacrifício de inúmeras horas de ausência das pessoas que amamos.

Como disse um dia um certo alguém: cada escolha uma renúncia. Mas não por acaso a vida é assim. Renunciamos a tantas coisas para hoje estarmos aqui. É tão bom acordar e acreditar que tudo pode ser novo e melhor, sentir que já esta sendo bom, não importando se tudo foi exatamente do jeitinho que a gente sonhou.

Ao longo do caminho vivemos histórias diferentes. Cada formando no dia de hoje relembrando esses cinco anos, revive a sua luta pessoal. Vários foram os dias em que chegamos cansados e desanimados, porém, a auto determinação e o desejo de realizar esse sonho foram maiores do que tudo isso. E hoje podemos e devemos comemorar essa vitória.

Aprendemos a conciliar todas as nossas vidas, os nossos mundos, pessoal, profissional e acadêmico, todos os nossos eus, éramos mãe, pai, filho, filha, aluno, trabalhador, tudo misturado.

Nesse caminho ganhamos, perdemos e também, quer dizer, principalmente, aprendemos. Não só o Direito, aprendemos a lidar com diferenças de idade, de idéia, de valores, até nos parecermos todos iguais. Afinal, na sala de aula não há diferença alguma, todos são folhas em branco, prontos para serem enriquecidas e preenchidas, e no final poder contar uma história! Tão grandes e pequenos quanto qualquer outro. E foram justamente esses encontros que fizeram o caminho tão mais bonito.

A vida nos deu uns aos outros e acabamos descobrindo tanto em comum. Habitamos o mesmo lugar, acabamos nos conhecendo, as dores, os sorrisos. É essa alquimia engraçada que junta vários mundos para criar um só. Cada turma que se forma tem sua história. E a nossa é assim.

Deixamos as salas de aula com a certeza de que a nossa missão no mundo é fazer o melhor. O direito como uma ciência social está atrelado à busca de constante renovação, e a partir de agora somos nós os responsáveis por isso.

É imperioso que não sejamos apenas engenheiros legais, ou operadores jurídicos que podem ser brilhantes mas com função social limitada.

Podemos vir a ser advogados, juízes, promotores ou apenas bacharéis em direito, porém, independentemente dessas opções profissionais e sociais abraçadas a partir de agora, não podemos esquecer de duas características, a ética e a consciência jurídica.

Saímos dessa formatura com imensa responsabilidade pessoal e profissional. Estamos convencidos de que não faltarão empenho, disposição e compromissos éticos para vencer esse desafio.

Hoje mais maduros e esclarecidos, com idéias mais polidas, vemo-nos um reflexo, ainda que imperfeito, da faculdade que nos acolheu e nos transmitiu o conhecimento necessário para exercermos o Direito. Além é claro dos conceitos éticos, de retidão, amor, transparência, humildade e responsabilidade sempre presentes quer seja em sala de aula, nos colóquios, congressos, palestras, seminários...

Dizer muito obrigada é muito pouco, quase nada. Prefiro dizer que fica um sorriso no meu coração, um sorriso pra cada um.

Estamos tão melhores para seguir em frente. Olhamos pra trás e vemos que levamos tão mais conosco, mais amigos, mais conhecimentos, mais histórias, mais saudades. Olhamos pra frente, sonhos nos esperam. Quem sabe, acreditamos em sonhos exagerados, mas quem se importa? Hoje nada importa.

Na despedida daremos um abraço compriiiido, maior e mais longo do que o de costume, intenso, forte, sem dizer nada. Pois não será mesmo preciso.

Certamente sentiremos saudades, porém, nem sempre a saudade é querer que o tempo volte. O passado é um lugar para visitarmos de vez em quando, não para morar. O tempo tem sua mágica. Mas de tempos em tempos é saudável olharmos para trás, para nos lembrar do que somos feitos, quais tijolos nos sustentam e chorar para sorrir.

Existe lugar e hora para isso, e aqui é o lugar.

Choramos com um passado pleno, com um futuro sonhado e choramos com o presente como ele é. Nos emocionamos com o que temos e com o que perdemos, com o que tivemos que perder para ganhar. Temos tanto então. Temos tudo.

Agradecemos a todas as pessoas que nos ajudaram nesse caminho.

Aos pais e aos familiares, pelo amor e pela confiança.

Aos amores pelo incentivo constante e pela compreensão da ausência. Pelo desprendimento e paciência.

E a Deus que continuará nos guiando neste caminho.

A vida continua, ou melhor, recomeça. Recomeça em nós, fresquinhos, com um vento batendo no rosto, brisa trazendo novos sonhos. Ganhamos apenas mais estrada pela vida afora, de um jeito que nós mesmos é que vamos escolher.

O que parece ser fim é apenas um começo. É o fim de um começo.

Hoje somos nós e o mundo.

Como disse o filósofo Platão:

“Grandes caminhadas começam com a decisão do primeiro passo”.

O qual já foi dado por nós.

Obrigado.”

Eu me prometi que nunca mais voltaria a essa cidade sem a companhia de um Amor. Mal sabia eu que voltaria um dia muito mais do que bem acompanhada.
Essa é pra deixar manifestada a saudade que tenho daqueles super encontros aqui em casa.

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