filmetub: O show da minha vida.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O show da minha vida.


Faz horas que estou devendo um texto decente com novidades decentes e com um assunto realmente interessante. Então nada mais justo do que eu escrever o que aconteceu comigo nas últimas 48 hs. Pra isso tive que sair de casa já que lá acabo sempre sendo interrompida por alguma coisa. E eu preciso também botar no papel todo o misto de emoções que tomaram conta de mim na noite de ontem.
Eu sou melancólica e quem me conhece sabe absurdamente disso. Durante toda a minha vida sempre preferi ficar em casa lendo, vendo TV e escutando música a sair para baladas. Claro que já saí muito mas esses programas nunca fizeram a minha cabeça. Gosto de música parada, calma, triste. Sempre lembro da frase da Cris Guerra : ”Tristeza é pra se fazer música” e são dessas que eu gosto. Desde muito tempo atrás sou fã da cantora Norah Jones. Não sei exatamente uma data mas acredito que seja desde a novela Mulheres Apaixonadas, 2003, que teve como tema uma música dela. Desde então compro todos os cd´s e dvd´s lançados, cd da banda de country que ela cantava antes, além de ter assistido o filme “Um beijo roubado” e comprado a sua trilha sonora. Não gosto muito de ir em shows grandes. Acho tudo muito trabalhoso, não sou muito fã de filas, multidões e espera. Mas existem alguns cantores que me fariam fazer loucuras para assisti-los e obviamente Norah é uma delas. Como mãe ando super sem tempo de acompanhar programações de shows, principalmente em outras cidades. Mas lendo o blog de uma escritora gaúcha que adoro muito, Martha Medeiros, (apesar de não ter gostado nada do último livro dela) descobri que Norah faria show em POA. Em alguns minutos busquei mais detalhes e alguns dias depois, quando começaram a vender os ingressos, fui lá e comprei dois. Na verdade me perdi na data da abertura da bilheteria e quase fiquei sem. Tive que comprar no mezanino, que ficava num terceiro andar do teatro. Mas tudo bem já que esse é um show muito mais para ser ouvido do que visto. Não é tipo um grande espetáculo como um show do Black Eyed Peas, é mais uma pessoa e alguns instrumentos. Enfim...primeiro comprei o ingresso e depois fui programar como eu iria chegar até esse momento. Tive um mês de intervalo para pensar e num primeiro momento tinha na cabeça que iria levar o João junto com a gente para o show. Cheguei a falar com a babá pra ver se ela poderia ir junto e tal. Mas não lembro quem me deu a dica de deixar o João aqui já que seria por pouco tempo. Na hora achei um absurdo já que ele praticamente só mama no peito mas com o tempo fui achando a idéia mais interessante já que também seria uma oportunidade de eu ficar um tempo sozinha com o Marco. Então resumindo a história. Deixei ele em casa com a babá, e a minha empregada (que são mãe e filha) e minha irmã e mãe foram lá para ajudar. Saímos 8 da manhã da quinta feira, passamos em Criciúma, depois fomos a POA, assistimos o show, dormimos num hotel e às sete da manhã de hoje, peguei um avião e 9 e pouco já estava em casa. No total deu um pouco mais de um dia, que foi totalmente maravilhoso.
Confesso que achei que fosse ser pior. Fiquei me trabalhando nos dias anteriores para conseguir desligar do João nesse um dia. Como muito gente me disse, morrer ele não vai. Se tiver fome vai comer e tomar mamadeira, se tiver sono, vai dormir. Claro que ele vai chorar mas ele vai estar na casa dele com pessoas que ele gosta. Na hora que eu saí de casa de manhã chorei um pouco mas foi só, depois não chorei mais nenhuma vez. Claro que eu pensava nele mas consegui desligar de uma forma surpreendente. Liguei muito pouco pra saber como ele estava e fiz tudo que tinha pra fazer bem feliz da vida. Almocei em Criciúma com a minha tia que eu amo muito e que lê sempre esse blog (aproveito pra te deixar um beijão tia Marília), enquanto o Marco tinha uma reunião e às 14h partimos pra POA. Descansar eu não descansei porque durante toda a viagem devo ter cochilado uns 10 min e à noite dormi só 4 horas mas tudo valeu a pena. Eu e Marco conversamos muuuuito na viagem, sobre besteiras, rimos, falamos sério, fizemos planos, falamos sobre o passado e sobre como somos felizes hoje. Foi bem bom. Meu pai tinha reservado um bom hotel onde até banho de hidromassagem tomei. Aí lá pelas 20h fomos pro shopping Bourbon Country, que tem um teatro dentro dele. Retiramos os ingressos na bilheteria e depois fomos jantar e dar uma volta. Lógico que eu me perdi na Livraria Cultura....meu Deus..amo amo amo!!!!!! Estávamos suuuuuuper cansados mas agüentamos firme. Jesse Harris abriria o show de Norah Jones. Como pude ver nos seus álbuns durante a viagem (fomos escutando todos na viagem) ele tocava guitarra em várias de suas músicas além de ter composto outras tantas como “Come away with me”. Eu estava tão tapada que ia assistir ela que nem pesquisei sobre ele. O cara mandou muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito bem. Tinha uma voz muito parecida com John Mayer e tocada muuuuito guitarra. Era só ele e mais um no palco. Fora que ele arriscou em português um “eu sou gaúcho”.....hahahaha. Foi muito engraçado. Saindo daqui vou procurar um CD dele, o cara é muito bom. Bem o tipo de música que eu gosto. Aí teve o intervalo entre os shows e finalmente chegou o grande momento. Eu ainda não acreditava que estava sentada ali, parecia mentira. Durante tantos anos da minha vida eu entrava em lojas de CD só pra ver se encontrava qualquer coisa dela, durante tantos anos da minha vida a sua música trilhou a minha vida em inúmeros momentos. A última grande lembrança é a de embalar o João, com apenas dois meses de vida, ao som da primeira música do CD The Fall. Ele só parava de chorar quando botávamos esse CD bem alto na sala. Quantas madrugadas ficamos eu e o Marco quase surdos de tanto ouvir as mesmas músicas enquanto o João ficava bem quietinha. Chorei quando ela cantou essa música. Chorei também quando ela cantou “Rosie´s lullaby”. A letra teve tudo a ver com um período em que eu me sentia muito sozinha nesse mundo. QUANTAS MIL VEZES ouvi essa música e me imaginei Rosie. Meu Deus. Aquilo era irreal. Fora que Norah é uma fera!!!!!!! Tocou todos os instrumentos, inclusive um pianinho de criança. Eu e o Marco nos olhávamos e não acreditávamos que estávamos ali. Ele sempre ouviu mas nunca foi muito fá. Mas teve que confessar ali que ela manda muito bem. Além de ser super simpática. Fofa fofa fofa. Cantou músicas do seu último álbum e algumas mais antigas, além de umas desconhecidas. O auge foi quando ela chamou o Jesse Harris (que compôs essa música) e eles tocaram juntos “I don´t know why”. Perfeito perfeito perfeito. Eu não queria sair dali, não queria que tudo aquilo acabasse. Show pra guardar pra vida inteira. Filmei um pouco e ainda fiquei devendo de mandar as imagens por email para meu companheiro de poltrona, um garoto bem novinho. Ah, outro momento impagável. O teatro inteiro fazendo “uuuuuu” durante a música Sunrise. Lindo!!!!
Aplaudi muito pois imaginei que de algum jeito ela estaria me ouvindo também. Tantas vezes sua voz me acalmou, me deu forças, me deu colo e pela primeira vez de alguma forma eu poderia retribuir tudo isso aplaudindo, vibrando. Fiquei feliz de saber que aquele era o último show de uma longa turnê, segundo ela. Momento único mesmo. Valeu cada esforço, cada lágrima, cada centavo, cada minuto. Nem os meus peitos, que estavam explodindo de leite, puderam me desconcentrar. Aliás esse foi um capítulo a parte. Tive que parar nos banheiros na estrada pra tentar esvaziar. Fiz muito sujeira por aí, afinal cada jato vai pra um lado...hahahaha. Tomei uns 4 banhos em POA pra aliviar a dor. Chegando em casa mal falei com o João e já botei ele a mamar.....ufa. Tinha horas que eu mal podia mexer os braços de tanta dor.
E teve a parte irritante. Tinha uma guria atrás da gente que assim como eu, sabia todas as letras das músicas, mas diferente de mim, cantou o show inteiro. Eu não reclamei por um triz. A guria lá, estarrada na cadeira, cantando com uma voz super normal, estragando todo o show. Eu paguei 220,00 pra ouvir a Norah e não aquela cantora de chuveiro. Ui ui ui....gente sem noção e sem etiqueta.
Agora terminando rapidinho. João me viu e fez uma festa mas nada assim demais.....hahahahaha. Soube que chorou muito a noite mas que no resto se comportou.
Juro que volto a escrever mas agora preciso voltar pra casa. Mas valeu o texto não Depois ponho fotinhos também.
Ah, hoje João faz oito meses. Meu Deus, concordo com quem diz que passa rápido. Tem momentos, aqueles em que estamos na M e realmente achamos que a tortura dos primeiros meses não vai ter fim. Mas hoje vejo que tem. Tortura é só um nome pra caracterizar o cansaço e o desconhecido que permeiam a primeira etapa da vida de um bebê, quando ainda não nos acostumamos a dormir pouco e quando pouco conhecemos a facilidade com que devemos lidar com aquela situação. Por isso que dizem que com o segundo filho tudo fica mais fácil!!!! E que venha então o segundo. Brincadeirinha total!!!
Total!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Beijo beijo

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