segunda-feira, 5 de setembro de 2011
"A verdade é que Todos usam o SUS" - Tribuna do Norte de 28/08/11
O tema da Conferência de Saúde deste ano resume bem o sentimento de muitos dos militantes do sistema. Exasperados pelas constantes notícias de ineficiência, os organizadores da Conferência resolveram mostrar o SUS "invisível" nas denúncias de filas, falta de médicos e medicamentos. "O SUS não é somente os corredores lotados. Também há excelência", reclama Ana Tânia. As conferências estaduais de Saúde serão realizadas nos dias 27, 28 e 29 de setembro.
Existe uma idéia equivocada - e em certo ponto preconceituosa - que o SUS é "para pobre". Segundo os termos de um preconceito bastante disseminado, os setores com mais poder financeiro poderiam prescindir do Sistema Único de Saúde por pagar um plano de saúde ou um hospital privado. Mas isso não é verdade. O SUS está mais presente no cotidiano dos brasileiros do que muitos imaginam. Produtos cosméticos, alimentos, produtos de limpeza, tudo isso é fiscalizado e aprovado pela Agência Nacional de Saúde. Ora, a Anvisa faz parte do SUS. A vacinação é promovida pelo SUS e o Brasil tem o segundo melhor sistema de imunização do mundo.
Esses são alguns exemplos pouco lembrados. Existem outros. "Atendimento de urgência de problemas cardíacos, cirurgias neurológicas, por exemplo. São procedimentos pagos na rede privada pelo SUS. Mas os pacientes acham que o Sistema Único de Saúde é somente a fila do Walfredo Gurgel, não vêem que esses atendimentos na rede conveniada também são SUS", diz Ana Tânia.
O Hospital Maria Alice Fernandes é um dos exemplos de estrutura hospitalar bem avaliada na Região Metropolitana de Natal. Tanto o atual secretário de Saúde, Domício Arruda, quanto a ex-secretária-adjunta Ana Tânia Sampaio, são unânimes ao apontar o Maria Alice Fernandes como um exemplo na rede. A própria aparência do Hospital, com corredores limpos e arejados, já demonstra um diferencial. Mas a excelência só foi obtida após uma mudança no perfil do atendimento.
De acordo com o diretor do Hospital, Wilson Cleto, o atendimento no Maria Alice foi organizado após a redefinição do perfil. Antes, o Hospital fazia atendimento em ambulatório, o que está fora das obrigações da alta complexidade. "Somos um hospital de atendimento de média e alta complexidade. Não podemos fazer ambulatório", diz Cleto. A demanda pelo atendimento básico terá de ser absorvida pelos municípios, a quem compete fazer esse tipo de atendimento.
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