Antes de vir aqui deixar meu texto de final de ano, eu queria deixar um recado para o Senhor Ministério da Saúde, já que não achei nenhum outro modo de responder o seu comentário. Não quero que o Senhor se ofenda já que vou bater aqui uma real sobre a amamentação na minha vida. Antes de engravidar a única coisa que eu sabia sobre a amamentar era o que eu escutava nas propagandas que eu da televisão ou em cartazes nas clínicas médicas, que eu tinha mamado até um ano e o quanto eu achava deselegante aquelas mulheres que não tinham qualquer cuidado ao amamentar e o faziam em qualquer lugar sem nem ao menos tapar os peitos com uma fraldinha. Durante a gravidez sempre me senti sofrendo uma pressão psicológica pra amamentar por conta dos benefícios do meu filho ou simplesmente pra perder peso. Morria de medo de não ter leite e sempre segui todos os cuidados que me mandavam ter, como tirar a sensibilidade do meu peito e etc. (e isso doía pra cacete). João nasceu e logo no primeiro dia vivenciei a tal da pega. Achei tudo super tranquilo, a não ser aquela enfermeira que puxava meu peito que nem se fosse a teta de uma vaca e demonstrava como deveria ser a mamada como se ela estivesse dando uma aula de anatomia. Nas primeiras mamadas expulsei todos os homens do quarto da maternidade e odiava o fato de a minha sogra estar ali vendo aquilo tudo. Mas como eu estava ainda pelada e com uma irritação por conta de uma reação alérgica no rosto por causa da morfina não tive muitas forças pra dizer qualquer coisa. Ah, além do que eu não podia falar muito pra não engolir ar e ter gases depois (o que é lógico que aconteceu porque eu não consigo ficar quieta e a noite tive dor pra cagalho). Enfim...logo João começou a mamar direitinho e depois de alguns dias desceu o meu tão sonhado leite. Morria de medo de não conseguir amamentar por conta da pressão que fazem em cima das novas mamães. Parece que se você não tem leite você não é uma mãe que vale a pena. Uma amiga minha que engravidou na mesma época que eu teve colostro desde muito cedo o que me deixava apreensiva já que do meu peito nem ar não saía. Lembro que ela escrevia sobre isso e todo mundo dizia que isso era bom e tal. Minha GO tentava me relaxar dizendo que não tinha nada a ver e realmente não teve! Depois eu tive MUITO mais leite do que ela. Não que isso tenha sido bom já que tive que ir algumas vezes na emergência da maternindade desempedrar os meus peitos. Coitados...sofreram muito. Fiquei refém das conchas coletoras de leite até uns dias atrás (agora desenvolvi uma dermatite no peito direito por causa do silicone das mesmas) porque os absorventes não davam conta e são muito caros. Sujei muuuuuuuuuuuuuuuuuuita blusa, sujei muuuuuuuuuuuuuitos lençóis, sujei carros, chão de casa, carrinho do João, sofás e inúmeros lugares pelos quais eu passei com os meus peitos turbinados by Parmalat. Ainda hoje meu peito jorra (inclusive estou aqui no hotel agora e lembrei que não botei absorventes, ou seja, vou almoçar com o maridex com duas rodelas molhadas no vestido, sorte que é preto), bem menos do que antes mas ainda tenho bastante leite. Já me irritei muito com isso mas hoje levo numa boa, não sei se é porque acredito que logo isso vai acabar. Daí finalmente vou poder ir nas lojas e comprar outro tipo de blusa que não sejam aquelas que escondam um mega sutiã, ou que tenham botão, zíperes e afins. Ah e vou poder queimar todos os meus sutiãs. Eu que sempre fui uma libertárias das peitcholas. Sempre de top um uma blusinha solta pra não ter que usar aquelas coisas me prendendo. Faz mais de 9 meses que eu não sei o que é ficar sem sutiã além da hora do banho.
Mas continuando o que eu ia dizendo seu Ministério da Saúde. João sempre teve um sobre peso por conta do excesso de mamadas. Sempre fui seguidora da famosa teoria da da livre demanda e assim que ele queria, pá, peitchos nele! Comecei com as papinhas só com 7 meses e ainda hoje de vez em quando dou uns mamás em substituição das refeições. Só que eu acho que deu. Canso de conversar com as pediatras sobre isso e elas cansam de dizer que o importante é a amamentação exclusiva até os 6 meses ou aquela outra complementar até um ano. A criança precisa depois de um tempo de outras vitaminas além das que tem no leite materno. Uma amiga que estuda psicologia disse que a psicanálise explica que o processo de desmame deve se iniciar aos seis meses e ir no máximo até um ano porque depois a criança cria uma dependência exagerada da mãe. Especialistas dizem que nenhum ser humano precisa tomar leite depois de um ano. Que a quantidade de cálcio que o corpo precisa pode ser encontrado em outros alimentos. Além do que eu acho feio uma criança que já anda, cheia de dente, mamar no peito da mãe. Já to achando João bem folgado. Fica brincando com meu peito e nem mama mais direito. Resumindo, João já está super saudável e eu super orgulhosa de ter amamentado tanto e por todo esse tempo. O desmame é um processo lento pelo qual eu estou passando nesse momento. Não pense que eu sou uma pessoa horrorosa por tudo o que eu disse aí em cima, fui apenas humanda além de ser mãe. Sei que cada um faz o que quer da vida mas me senti querendo vir explixar o porquê da minha intenção na troca das pílulas. Sempre digo pras minhas amigas não acharem que a amamentação é essa coisa toda maravilhosa que dizem. Vamos ser realistas! Óbvio que é uma beleza ver o seu amorzinho ali mamando satisfeito o leito que o seu corpo produziu para aliementá-lo mas tem um monte de parte chata! No primeiro mês mais ou menos cada vez que seu filho mama você sente o seu útero literalmente contrair voltando pro lugar. Nos primeiros três ou quatro meses cada vez que seu filho dá a primeira sugada você sente uma dor absurda nos mamilos, fora quando racham (isso graças a Deus nunca aconteceu comigo). Você fica um longo período azeda e totalmente assexuada no que diz respeito aos peitos. Se você tem muito leite como eu tem que ficar um tempão esvaziando o peito caso seu filho não mame tudo. Nos primeiros meses os bebês muitas vezes mamam durante uma hora, período em que você tem que ficar retirado num canto, na paz do Senhor pra deixar o bebê se alimentar tranquilo. Fora as mamadas loooongas durante a madrugada, aonde você morrendo de sono tem que ficar sentada ali morrendo de medo de dormir sobre o bebê. Pra algumas pessoas tudo isso pode ter sido mamão com açúcar mas pra mim não foi! Mas eu não desisti. É isso que eu quero dizer. Mesmo achando tudo muitas vezes um saco, eu não deixei de amamentar nenhuma vez! Acho que muitas mães não aguentam o tranco e desistem muito fácil. Até o pensamento negativo pode interferir na produção de leite. Me considero uma vencedora porque a maioria das mães da minha idade por preguiça, por questão de beleza ou algo parecido deixam de amamentar. Eu cansei de dar mamá chorando, de dor, de cansaço. de stress mas sempre fiquei pensando positivo e por isso meu leite nunca parou de descer.
Ai cansei de falar disso mas quero finalizar seu Ministério da Saúde dizendo que não me venha com textinhos decorados e bonitinhos na teoria porque na prática o troço acontece de uma outra forma. Já ouvi dizer que você estimula a amamentação por conta das pessoas carentes que muitas vezes acabam não alimentando direito as suas crianças e por isso da importância da complementação com o leite materno por mais tempo. Mas esse não é o meu caso portanto vá aconselhar em outras freguesias.
Quando o João tiver um ano eu pretendo não estar mais amamentando e não vou me sentir mal por isso. Cada um faz o que bem entender com os seus peitos e os meus serão aposentados até o próximo baby, que definitivamente não vai ser amamentado segundo a livre demanda, porque isso só dificulta depois a inserção de outros alimentos.
beijosdepoiseuvoltocommeutextobonitodefinaldeano.
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